terça-feira, 16 de junho de 2015

Paraná busca novas opções de mobilidade urbana

12/06/2015 - A Gazeta do Iguaçu 

Secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e o diretor-presidente da Coordenadoria da Região Metropolitana de Curitiba estão interessados no VLT cearense

VLT cearense serve de modelo para governo curitiba
VLT cearense serve de modelo para governo curitiba
créditos: Divulgação
 
O secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior, e o diretor-presidente da Coordenadoria da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Omar Akel, foram conhecer, na Região Metropolitana do Cariri (RMC), no Ceará, o modelo de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Este modelo de transporte atende a população de diversas cidades do Nordeste e leva a cada viagem mais de 1.000 passageiros, com conforto, eficiência e eficácia, a custo baixo.
 
Segundo o secretário, em breve o Paraná vai iniciar estudos para analisar a viabilidade de implantação de VLT na Região Metropolitana de Curitiba. "Já temos uma gigante malha férrea implantada e que poderia ser usada para isto", diz Ratinho Junior. O secretário conta que o VLT da Região Metropolitana do Cariri (que abrange 11 cidades) é montado no Brasil desde 2009, com tecnologia alemã, pela empresa Bom Sinal. "Só em Natal, capital do Rio Grande do Norte, por exemplo, o VLT percorre um trecho de 50 km", diz Ratinho Júnior.
 
De acordo com o secretário, em toda a Região Nordeste é aproveitada a malha ferroviária já existente para o transporte de passageiros. "E todos os municípios por onde passa a linha férrea da Região do Cariri é área de influência na Região Sul do Estado e nas áreas de divisa com os Estados de Pernambuco, Paraíba e Piauí, levando transporte de qualidade e a preços baixos para toda a população". 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Bairro da moda perde o fôlego

08/05/2015 - Exame, Especial Imóveis

Curitiba é o terceiro maior mercado imobiliário do país, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro, segundo um estudo da consultoria Brain. No ano passado, porém, as incorporadoras reduziram o ritmo das construções, lançando menos de 4.000 unidades. "Curitiba chegou a ter quase 17.000 apartamentos lançados em um só ano. Era um patamar impossível de manter", diz Fábio Tadeu Araújo, diretor de pesquisa de mercado da Ademi, que reune empresários do setor. O estoque de imóveis diminuiu em bairros como Mossunguê/Ecoville, que entrou na moda das construções de alto padrão nos últimos anos e chegou a representar 15% dos empreendimentos na cidade. Depois de cinco anos, a oferta no bairro caiu para menos de 3.000 unidades. 

quinta-feira, 26 de março de 2015

Em Curitiba, rua Marechal Deodoro ganha faixa exclusiva nesta quarta

25/03/2015 - Gazeta do Povo


A partir das 10 horas desta quarta-feira (25) começa a funcionar a terceira faixa exclusiva para ônibus no trânsito de Curitiba. O trecho será inaugurado na Rua Marechal Deodoro, no centro de Curitiba, entre as ruas João Negrão e Alameda Doutor Muricy. No último dia 17 de março, a prefeitura da capital inaugurou a faixa exclusiva da Rua Desembargador Westphalen.

Na Marechal Deodoro, vão passar pelo trecho 13 linhas de ônibus: Canal da Música/Vista Alegre, Novena, Jardim Social/Batel, Itupava/Hospital Militar, Rua XV/Barigui, Detran/Vicente Machado, Cristo Rei, Cajuru, Capão Imbuia/Parque Barigui, Alcidez Munhoz/Jardim Botânico, Fazendinha, Caiuá e Executivo/Aeroporto. Essas linhas transportam, segundo a prefeitura, 30 mil passageiros. A velocidade máxima permitida na faixa será de 40 km/h.

Com a alteração na via, os demais veículos poderão circular somente nas outras três faixas. Os motoristas que precisarem fazer a conversão à direita na Rua Marechal Deodoro para acessar a Rua Barão do Rio Branco e a Avenida Marechal Floriano Peixoto poderão entrar na faixa exclusiva nos trechos pintados com linhas pontilhadas no chão.

Outras faixas

Na Rua Desembargador Westphalen, são 700 metros da pista que ficam para uso somente dos ônibus. De acordo com a prefeitura, 20 linhas passam pela via e transportam 70 mil passageiros: Jardim Mercês/Guanabara, Universidades, Bom Retiro/PUC, Vila Macedo, Jardim Centauro, Guabirotuba, Vila São Paulo, Uberaba, Jardim Itiberê, Canal Belém, Alferes Poli, Guilhermina, Menonita, Vila Izabel, Vila Rosinha, Carmela Dutra, Vila Velha, Cotolengo, Ligeirinho Bairro Novo e Ligeirinho CIC/Cabral.

A primeira faixa exclusiva foi inaugurada em julho de 2014, na Rua XV de Novembro. Em entrevista durante a inauguração da faixa na Rua Desembargador Westphalen, o prefeito Gustavo Fruet disse que a prefeitura tem a intenção de implantar novos trechos de circulação restrita para ônibus nos próximos meses.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Suporte para bicicletas dá a estudantes de Curitiba o principal prêmio do design mundial

19/03/2015 - Gazeta do Povo


Um projeto do curso de Design de Produto da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi um dos premiados nesta semana no iF Student Design Award, o maior prêmio internacional de design voltado a jovens talentos.

Apelidado de Razor, o projeto foi concebido pelos alunos Carlos Alberto de Melo Jr. e Ana Carolina Lino Buissa, com orientação do professor Ken Fonseca. O Razor é um suporte de bicicletas projetado para as grandes metrópoles, feito de alumínio injetado. Diferente dos paraciclos convencionais, que costumam ser fixos ao chão ou a outro adereço, o aparato é móvel e pode ser transportado sem dificuldade.

Foi a décima-primeira vez que um projeto brasileiro foi premiado na história do iF Student. Realizada anualmente, a premiação destaca 100 projetos entre os mais inteligentes, criativos e inovadores dentro de cada disciplina: Design de produto e industrial; Design de Comunicação e Multimídia; Design de Moda; Arquitetura e Design de Interiores.

Neste ano, foram 13.924 inscritos de 68 países.

Trabalho

Segundo Melo Jr., o Razor foi desenvolvido ano passado e teve como referência a linguagem do mobiliário urbano de Curitiba. A intenção é que o suporte, além de prático, transmita confiabilidade e segurança para os usuários.

"Com o Razor, apresentamos um produto contemporâneo, que está ligado diretamente à rotina das grandes cidades e ao crescente apelo pela utilização da bicicleta nos grandes centros urbanos", destaca o estudante

segunda-feira, 16 de março de 2015

Primeira ciclorrota de Curitiba é inaugurada

16/05/2015 - Bem Paraná

Trajeto Portão-PUC foi lançado no sábado. Segundo a prefeitura, proposta é estimular o compartilhamento das vias sem que veículos automotores percam uma faixa

Cilcistas aproveitam primeira ciclorrota da cidade
Cilcistas aproveitam primeira ciclorota da cidade
créditos: Maurílio Cheli/SMCS
 
Ciclistas do projeto Pedala Curitiba e o prefeito Gustavo Fruet percorreram de bicicleta, na tarde deste sábado (14), parte do trajeto da primeira ciclorrota sinalizada da cidade, que liga o bairro Portão à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), no bairro Prado Velho, e à avenida Comendador Franco (Avenida das Torres).
 
Eles partiram do Largo Jacó Stofella, esquina da avenida Água Verde com rua Santo Amaro. A Prefeitura destaca que a importância da ciclorrota é compartilhar o espaço sem que o carro, a moto e ou a bicicleta percam uma faixa, sendo um incentivo à integração dos modais.
 
"Utilizar as vias de forma civilizada é um processo que leva gerações e é o grande desafio. Nenhuma cidade mudou hábitos da noite para o dia. A ideia é compartilhar e mostrar que o espaço público não pode ser exclusivo de um modal", disse o prefeito.
 
A ciclorrota Portão-PUC tem um trecho de 6,2 km de vias compartilhadas por carros e bicicletas, com velocidade máxima permitida de 30 km/h. Círculos azuis com o emblema de bicicleta delimitam o trecho e identificam a ciclorrota.
 
A ciclorrota é uma das alternativas implantadas pela Prefeitura de Curitiba para oferecer um número cada vez maior de quilômetros de vias cicláveis na cidade. Tem por objetivo legitimizar o direito de circulação das bicicletas nas vias.
 
O Plano Cicloviário de Curitiba prevê a implantação de ciclorrotas, além de ciclovias, ciclofaixas, passeios compartilhados e vias calmas. A escolha da implantação depende das características da região.
 
O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Sergio Pires, ressalta que a implantação desta primeira ciclorrota representa mais um passo na consolidação do Plano Cicloviário. "A determinação do prefeito Gustavo Fruet é transformar Curitiba em uma cidade mais humanizada, mais participativa e a ciclorrota é mais um exemplo. Já começamos com a via calma na Sete de Setembro que é um sucesso. O importante é dar alternativas para que as pessoas possam transitar e curtir Curitiba de uma maneira melhor e mais segura", disse.
 
Rota

A ciclorrota Portão-PUC tem o seguinte trajeto, em mão dupla: início no cruzamento da avenida República Argentina com a rua Morretes, seguindo pelas ruas Amazonas, Paranaguá, Pará, São Paulo, Otávio Francisco Dias, Madre Maria dos Anjos e Baltazar Carrasco dos Reis. Da Baltazar Carrasco dos Reis, a ciclorrota segue por dois caminhos: pela rua Imaculada Conceição, em uma ciclofaixa de 300 metros até a entrada da PUCPR; e até a ciclovia da Avenida Comendador Franco.
 
A ciclorrota inaugurada faz conexão com outras infraestruturas cicloviárias já existentes em Curitiba, formando uma rede de vias cicláveis com a rua Conselheiro Laurindo, rua João Negrão, rua Pedro de Toledo, avenida Comendador Franco, rua Engenheiros Rebouças, avenida Getúlio Vargas, rua Alexandre Gutierrez, avenida Sete de Setembro, rua Mariano Torres e avenida Dario Lopes dos Santos.
 
Outros trechos de ciclorrotas estão em fase de projeto no Ippuc e deverão ser implantados em breve na cidade.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

130 anos da Ferrovia Paranaguá-Curitiba

25/02/2015 - Gazeta do Povo

Parte da história das ferrovias teve início no século 17, quando as minas inglesas ainda usavam trilhos de madeira para transportar carvão em vagonetes. No século 18, esses trilhos passaram a ser revestidos de metal a fim aumentar sua durabilidade. Quase que simultaneamente surgiram os primeiros trilhos inteiramente de ferro. 

Em 1712, o britânico Thomas Newcomen inventou a máquina a vapor, que foi aperfeiçoada por James Watt em 1770. O novo invento foi usado principalmente no acionamento de moinhos agrícolas e de bombas d'água em minas. O sistema a vapor foi um dos principais viabilizadores da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra do século 18. Novos estudos envolvendo máquinas a vapor e de propulsão serviram de base para o aperfeiçoamento de alguns meios de transporte, caso do barco a vapor. No início do século 19, o inglês Richard Trevithick desenvolveu a primeira máquina capaz de trabalhar com altas pressões de vapor e, com isso, movimentar um eixo. Trevithick colocou esse dispositivo em um chassi de quatro rodas, que conseguia se movimentar sobre trilhos. Era 1804 quando ele conseguiu fazer com que seu invento puxasse uma carga de carvão de 9 toneladas ao longo de 15 km. Nascia ali a primeira locomotiva. 

No tempo das marias-fumaças 

Os saudosistas afirmam não haver experiência semelhante a de andar em um trem puxado por uma locomotiva a vapor, especialmente quando se viajava à noite. Uma profusão de estímulos agussavam todos os sentidos do viajante: o cheiro de fumaça, o som dos jatos de vapor, as fagulhas voando pela noite competindo com as estrelas… 


Brasil 

Por aqui, ainda no século 19, o Regente Feijó promulgava uma lei que concedia favores àquele que construísse estradas de ferro ligando a capital do país na época, o Rio de Janeiro, com outras províncias. Não houve interessados. 

A primeira ferrovia brasileira foi construída pelo Barão de Mauá em 1852. Ela fazia a ligação entre um porto no interior da Baía de Guanabara e o começo da raiz da serra para Petrópolis. Os 14,5 km da estrada de ferro foram percorridos em 23 minutos com uma velocidade média de 38 km/h. 

Paranaguá-Curitiba 

Quando a estrada de ferro Paranaguá-Curitiba iniciou seu tráfego regular, em 5 de fevereiro de 1885, ela contava com dez locomotivas marias-fumaças. Segundo o pesquisador Edilberto Trevisan, seis locomotivas eram do tipo tender, construídas em Paris pela Société de Construction des Batignolles. Eram máquinas de grande peso que desenvolviam pequena velocidade. 

Frequentemente, os trens de passageiros simplesmente paravam no meio dos túneis. Essas locomotivas acabaram sendo vendidas. As outras quatro marias-fumaças, da fábrica Baldwin, foram importadas da Filadélfia, nos Estados Unidos. A primeira locomotiva que chegou na estação de Curitiba foi uma Baldwin, em 19 de dezembro de 1884. 

Por mais de sessenta anos as locomotivas a vapor foram a força motriz da ferrovia Paranaguá-Curitiba. A partir de 1948 o governo federal começou estudos para implantar o sistema diesel-elétrico de tração, pois o sistema a vapor tinha um alto custo de operação. 

Tal mudança acarretaria em uma modificação radical no sistema de manutenção e aparelhamento das oficinas, exigindo um alto investimento inicial. Somente em 1953 foi inaugurado, pelo presidente Getúlio Vargas, o primeiro trecho eletrificado: 23 km entre Curitiba e Piraquara. Nesse período, foram importadas dez locomotivas inglesas modelo Metropolitan-Vickers, que pesavam 50 toneladas e tinham somente 900 HP's contínuos de potência. Infelizmente a eletrificação acabou se tornando inviável principalmente pelos custos operacionais. Nove das locomotivas foram transferidas para a Rede Mineira de Viação. Hoje restam apenas duas: uma no Museu Ferroviário de São João Del Rey e outra parte do acervo da ABPF-PR. 

Só no fim dos anos 1950 é que começaram a chegar ao Paraná as primeiras locomotivas a diesel. Até hoje as composições que circulam entre o Litoral e o planalto curitibano são puxadas por máquinas a diesel. 

As oficinas da RVPSC 

A partir dos anos 1940, a Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (RVPSC) começou a desenvolver um complexo de oficinas distribuído por Curitiba, Ponta Grossa, Mafra (SC) e Ourinhos (SP). Nesses locais, era feita a manutenção de todo o material rodante, como locomotivas, vagões, automotrizes e veículos de linha. Além da manutenção, também eram produzidas peças – tanto para os trens como para a via permanente. 

As oficinas em Ponta Grossa também fabricavam vagões de passageiros, dentre eles os clássicos vagões do trem azul Marumbi, que percorria o trecho Paranaguá-Curitiba. O maior dos complexos de oficinas era o de Curitiba, que foi inaugurado por Getúlio Vargas em sua visita ao Paraná em 1953. Na época, as instalações foram erguidas com uma nova técnica de construção, o concreto armado. Próximo às oficinas de Curitiba foi construída uma grande vila operária, a Vila Oficinas. 

Associação Brasileira de Preservação Ferroviária 

Parte da história da ferrovia Paranaguá-Curitiba pode ser contada através dos trens que se aventuram à beira dos precipícios da Serra do Mar. No início os vagões transportavam cargas de 6 toneladas, hoje podem carregar até 80. 

Em 1966 veio para o Brasil Patrick Dollinger, um francês apaixonado por trens e ferrovias. Ao chegar aqui, Dollinger ficou impressionado com o abandono em que se encontrava o patrimônio ferroviário e, em 1977, fundou a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), nos moldes das existentes na Europa e nos Estados Unidos. A entidade, sem fins lucrativos, reúne interessados na preservação e divulgação da história da ferrovia brasileira, cada região conta com sua própria ABPF. 

A do Paraná foi criada em novembro de 1994 e atualmente conta com 12 membros que trabalham com a recuperação de trens antigos. Todos trabalham voluntariamente no espaço das garagens das litorinas no final da Avenida Silva Jardim, ao lado da Rodoferroviária. A entidade está aberta aos que se interessem pelo assunto e que queiram contribuir com mão-de-obra ou com recursos financeiros e materiais para as restaurações.

Fonte: Gazeta do Povo
Publicada em:: 25/02/2015

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Curitiba terá seminário internacional para discutir o uso do automóvel

26/02/2015 - Prefeitura de Curitiba

O uso do carro nas cidades será discutido pelo poder público, acadêmicos, indústria e a sociedade durante seminário promovido pela Prefeitura de Curitiba, Universidade Positivo, Grupo GRPcom, Associação Comercial do Paraná e Renault do Brasil. O seminário internacional Uso do Automóvel na Cidade, marcado para os dias 9 e 10 de abril, no Salão de Atos do Parque Barigui, está com inscrições abertas e terá a presença de especialistas nas questões de mobilidade e sustentabilidade.

As discussões serão promovidas no formato de painéis, fomentando a interação entre os diversos setores, criando um ambiente favorável à geração de ideias inovadoras e à implementação de soluções de valor para a sociedade.

Os interessados em participar podem realizar as inscrições e obter mais informações sobre o evento no endereço www.curitiba.pr.gov.br/usodoautomovel, ou entrar em contato através do e-mail internacional@pmc.curitiba.pr.gov.br e telefone (41) 3350-8141.

Mobilidade sustentável

A cidade de Curitiba é hoje a capital com o maior índice de automóveis por habitante, com uma população aproximada de 1,85 milhão de habitantes e uma frota aproximada de 1,45 milhão de veículos (fonte: Detran-PR). Se todos os carros fossem alinhados, eles preencheriam todos os 4.600 km de vias públicas da cidade. Com base em projeções de estudos, estima-se que, em 2020, a cidade contará com um carro para cada 1,1 habitante.

Na medida em que o país se desenvolve e o poder aquisitivo da população cresce, esse índice pode se tornar ainda mais acentuado, causando uma significativa desproporcionalidade entre a capacidade das vias e a intensidade do trânsito. Assim, tornam-se necessários estudos e soluções inovadoras para um problema que tem se mostrado complexo em praticamente todos os lugares do mundo.

Curitiba, com sua tradição de criatividade urbanística, deseja empreender estudos e criar soluções inovadoras para proporcionar a seus habitantes qualidade de vida, em especial, mediante soluções alternativas do uso do automóvel, tornando-se uma referência mundial em soluções de mobilidade.

Palestras

Victor Etgens, diretor de pesquisa do Instituto Vedecom e professor da Universidade de Versailles, na França, fará a palestra de abertura do seminário, que contará também com apresentações e debates com profissionais renomados na área de mobilidade urbana e sustentabilidade, como o urbanista Jaime Lerner, Caio Vassão (responsável pelo projeto Pocket Car, veículo elétrico compacto feito  com materiais como lona e tecido), Fábio Duarte de Araújo Silva (pesquisador do Massachusetts Institute of Technology – MIT) e Paulo Cesar Waidzik (2IT – Incubadora de Inovação Tecnológica).

Especialistas, estudiosos e representantes do poder público, da academia, da indústria e da sociedade em geral participam do evento, que promoverá discussões no formato de painéis, fomentando a interação dos diversos setores envolvidos. O objetivo é criar um ambiente favorável à geração de ideias inovadoras, soluções alternativas ao uso do automóvel e propostas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, que possam ser implementadas pelas cidades no mundo.

Alguns dos temas que estarão em debate são: veículos elétricos, compartilhamento de veículos, carona solidária, faixas exclusiva para veículos com três ou mais passageiros, restrição e regulamentação de estacionamentos novas plataformas de locomoção individual, entre outras.

Ainda durante o evento, será lançado o lançado o livro "O Automóvel, o Planejamento Urbano e a Crise das Cidades", do jornalista Raimundo Caruso.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Prefeito sanciona Lei da Bicicleta de Curitiba

20/01/2015 - Bem Paraná / Gazeta do Povo

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, sancionou a Lei n.º 14.594, chamada de Lei da Bicicleta. A nova legislação institui a bicicleta como modal de transporte regular de interesse social em Curitiba e determina que 5% das vias urbanas serão destinadas a construção de ciclofaixas e ciclovias, de maneira integrada ao transporte coletivo. O projeto foi formulado pela Comissão de Participação Legislativa da Câmara Municipal, através de sugestão proposta pela Associação Paranaense de Encaminhamento Legislativo Autônomo (Apela).

A Lei da Bicicleta reforça a política de mobilidade da atual gestão da Prefeitura de Curitiba, que desde seu início tem dado prioridade para a bicicleta como meio de transporte. A instalação da Via Calma na Avenida Sete de Setembro e a expansão, até o momento, de 50% da malha cicloviária, foram algumas medidas tomadas neste sentido. A Prefeitura ainda apresentou, na semana passada, um projeto ao ministro das Cidades, Gilberto Kassab, pedindo recursos do governo federal para a implantação de 300 quilômetros de vias cicláveis em Curitiba até o final de 2016, consolidando a bicicleta como modal de transporte de forma integrada aos demais.

A atual gestão ainda criou a Coordenação de Mobilidade Urbana dentro da estrutura da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), que abriu a discussão sobre mobilidade na cidade. "Entre as grandes conquistas desse foco na mobilidade urbana, também podemos citar as ações da Setran para impedir que os veículos ocupem os espaços a pedestres e ciclistas na cidade; e a consolidação dos direitos das pessoas com mobilidade reduzida de também participar como atores principais do trânsito em Curitiba", diz a secretária municipal de Trânsito, Luiza Simonelli.

"Essa gestão avançou na área de mobilidade e com isso a bicicleta entrou definitivamente na pauta de discussões da cidade e da sociedade como um todo. Esse é um processo contínuo, que evolui passo a passo e não acontece da noite para o dia", diz Jorge Brand, conhecido como Goura, cicloativista ligado ao movimento CicloIguaçu. Entre as ações realizadas em Curitiba na área de ciclomobilidade, Brand destaca a revitalização e ampliação da ciclovia da Marechal Floriano e a criação da Via Calma, que marca o início da ocupação das bicicletas das estruturais da cidade. "Esperamos a continuação desse processo em outras vias da cidade", disse.

Padrão

Com a nova lei, a construção das ciclovias agora segue um padrão, que tem, dentre outros itens, mão única em cada faixa, no mesmo sentido dos carros; demarcação dos símbolos de bicicleta no pavimento no mesmo sentido da faixa; largura de pelo menos 1,5 metro para o ciclista pedalar com conforto; pavimento demarcado por contraste de cor de acordo com a orientação do Departamento Nacional de Trânsito; instalação de tachões bidirecionais na cor amarela para separar a ciclofaixa das ruas e avenidas. As diretrizes não se aplicam às ciclofaixas já instaladas na cidade.

Ainda pela lei, terão espaços reservados para bicicletas, na forma de bicicletários e/ou estacionamentos, os terminais de transporte coletivo; os estabelecimentos de ensino; shopping centers e supermercados; praças e parques públicos.

O único artigo vetado foi o que previa que as despesas decorrentes desta lei fossem custeadas pelo Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset). O Município de Curitiba, assim como os demais, contribui para este fundo com uma parcela do valor arrecadado com multas de trânsito. Mas o gestor do Funset é o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Desta forma, o Município não tem acesso a esse recurso e por isso não teria competência e possibilidade legal de atender à lei.

"Se esse artigo fosse aprovado, a lei, que é um avanço para a cidade, seria toda prejudicada por ser inconstitucional", diz Luiza.

Gazeta do Povo

Fruet sanciona Lei da Bicicleta de Curitiba

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), sancionou a Lei nº 14.594, a Lei da Bicicleta. A nova legislação institui o equipamento como modal de transporte regular de interesse social da cidade e determina que 5% das vias urbanas sejam destinadas a construção de ciclofaixas e ciclovias, de maneira integrada ao transporte coletivo. A lei nasceu de um projeto de iniciativa popular. Pelo texto, a construção das ciclovias agora segue um padrão, que tem, dentre outros itens, mão única em cada faixa, no mesmo sentido dos carros. Ainda pela lei, terão espaços reservados para bicicletas os terminais de transporte coletivo; os estabelecimentos de ensino; shopping centers e supermercados; praças e parques públicos.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Obras de lote da Linha Verde Norte devem iniciar em abril

17/01/2015 -  Gazeta do Povo

A prefeitura de Curitiba anunciou ontem que vai abrir concorrência para as obras do lote 3.1 da Linha Verde Norte, entre o Viaduto do Tarumã, na Avenida Victor Ferreira do Amaral e o Conjunto Solar, no Bacacheri. Com 3,39 quilômetros de extensão, a intervenção terá custo de R$ 46,78 milhões, divididos entre a administração municipal, o governo federal e a Agência Francesa de Desenvolvimento. A expectativa é de que as obras comecem em abril. A partir do início, o prazo de execução é de 12 meses. A cerimônia de lançamento do edital contou com a presença do novo ministro das cidades, Gilberto Kassab (PSD).

A conclusão da Linha Verde faz parte de um pacote de obras de mobilidade que o município propôs e receberam financiamento via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, no valor de R$ 408 milhões. Além da Linha Verde, que terá custo total de R$ 217,7 milhões, as outras intervenções incluídas no programa são a remodelação da linha Inter 2 (R$ 102,46 milhões) e a remodelação do BRT do eixo de transporte coletivo leste-oeste (R$189,6 milhões).

Inicialmente, a prefeitura pretendia licitar uma grande obra de cada um dos três projetos no ano passado, o que não ocorreu. Na época, a administração optou por priorizar a concorrência do metrô, que teve o processo de licitação suspenso temporariamente pelo Tribunal de Contas do Estado (TC). A concorrência do metrô já foi liberada, mas o novo edital ainda não foi lançado.

O prefeito Gustavo Fruet (PDT) explica que esse é o primeiro de quatro lotes que faltam ser executados para a conclusão da Linha Verde. A nova fase de obras vai seguir o padrão adotado no trecho sul e compreende a ampliação do número de pistas (duas vias marginais com três pistas cada e mais duas vias locais), implantação de canaleta exclusiva para transporte coletivo, requalificação de calçadas e instalação de ciclovias e bicicletários. "Quero que a gente consiga lançar esses outros editais ainda no primeiro semestre [de 2015]. Foi feito um longo trabalho de qualificação dos projetos no ano passado, e conseguimos um pacote de investimentos de até R$ 3 bilhões com o governo federal", diz.

Essa nova intervenção dá continuidade ao processo de conclusão da Linha Verde. O lote 1 do trecho Norte, entre a passarela metálica da UFPR e a passarela próximo ao Viaduto do Tarumã, está quase concluído. Foram construídas duas trincheiras (nas ruas Agamenon Magalhães e Roberto Cichon), mas ainda falta finalizar a canaleta do viaduto sobre a Avenida Affonso Camargo e a colocação de gradil para evitar o trânsito de pedestres e os acessos ao viaduto.

Os próximos editais que devem ser lançados nos próximos meses são referentes aos lotes 4.1 Norte (entre o Conjunto Solar até o Atuba) e 2 Norte, que é a readequação do Viaduto do Tarumã.

Novos projetos

Prefeitura pede R$ 961,8 mi para outros projetos

A vinda do ministro das cidades, Gilberto Kassab (PSB), a Curitiba não foi apenas para o lançamento do edital de obras da Linha Verde Norte. A prefeitura de Curitiba apresentou a ele novos projetos para obras de revitalização de malha viária e de calçadas e de ciclomobilidade, com mais de 200 km de ciclovias. A execução desses planos estratégicos está orçada em R$ 961,8 milhões.

Kassab destacou a parceria entre a prefeitura de Curitiba e o governo federal, afirmando que não é uma questão de simpatia pela cidade, mas de competência de gestão. "Temos um grande volume de recursos envolvidos nos projetos, são R$ 3 bilhões e quase uma centena de projetos em execução ou próximos da conclusão. Acabamos de definir outras propostas para serem incorporadas em nossa parceria, no campo do saneamento, habitação e mobilidade", disse.

O plano de gestão da malha viária é o mais caro: R$ 787,5 milhões. Serão 294 quilômetros de intervenções como fresagem e recape, pavimentação alternativa, rígida e implantação de calçamento. Na sequência, o Plano Cicloviário de Curitiba está pleiteando R$ 105,1 milhões para a execução de 184,4 quilômetros de vias cicláveis e requalificação de outros 34,3 quilômetros. O projeto também prevê a implantação de 1.920 vagas de bicicletários em terminais de ônibus, 400 vagas em parques e mãos 3,2 mil vagas em paraciclos a serem instalados na cidade.

Já o plano de calçadas precisa de R$ 69,1 milhões para sair do papel. A intenção é requalificar os passeios pela cidade, implantar os Caminhos de Luz (calçadas seguras e bem iluminadas no entorno de locais com grande fluxo de pessoas, como escolas) e instalar novos calçadões pela capital.

Sem data prevista

Fruet quer correção monetária para implantação do metrô

Depois de idas e vindas, a concorrência do metrô de Curitiba, que foi suspensa pelo Tribunal de Contas do estado e liberada em dezembro, ainda não tem data para continuar. Mesmo assim, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) solicitou ao Ministério do Planejamento e ao ministro das cidades, Gilberto Kassab (PSB), que analisem um pedido de correção monetária para o projeto.Desde que recebeu aporte do governo federal, o projeto já mudou e encareceu algumas vezes. "É uma concessão de 30 anos, é preciso um mecanismo que garanta a correção monetária [do projeto]. Formalizamos essa solicitação ao governo federal e vamos formalizar também ao governo do estado, que pagará uma parte da obra", afirma Fruet.

Em 2012, a primeira fase do metrô de Curitiba (do CIC-Sul à Rua das Flores) custaria R$ 2,34 bilhões. Com mudanças no método construtivo – foi decidido que seria um túnel profundo – o valor saltou para R$ 4,6 bilhões em 2013. Na divisão dos custos, a maior parte sempre ficou com o governo federal, que comprometeu R$ 1,8 bilhão a fundo perdido.

 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Curitiba é a cidade mais sustentável da América Latina, diz relatório

06/01/2015 - O Globo Online, Morar Bem

Curitiba é a cidade mais verde do país e da América Latina. É o que diz o relatório Green City Index (Índice Verde de Cidades), realizado pela Siemens com a Economist Intelligence Unit. A pesquisa considera e pontua oito pontos de sustentabilidade em cada cidade. As categorias são: energia e emissões de CO2, opções de transporte, água, gestão de resíduos, qualidade do ar, saneamento, construções verdes e governança ambiental global. Das 17 cidades avaliadas na América Latina, a capital paranaense é a única com pontuação acima da média na avaliação geral, tendo como destaque a qualidade do ar, reuso de resíduos e mobilidade urbana.

No relatório, Curitiba é destacada por sua abordagem histórica de cuidados com o meio ambiente que não é usual no resto da América Latina: "O principal motivo para o desempenho excepcional de Curitiba é a sua longa história de assumir uma abordagem holística para o meio ambiente. Na década de 1960, diante de um rápido crescimento populacional, foram implementadas soluções como criar áreas de pedestres e fornecer baixo custo de trânsito eficaz. A cidade do BRT (Bus Rapid Transit) desde então se tornou um modelo para uma série de cidades latino-americanas. Na década de 1980, foram abordadas questões como a criação de áreas verdes, reciclagem e gestão de resíduos, e saneamento", diz o documento.

O Índice ressalta também que nas outras cidades brasileiras, apesar das ações não serem tão efetivas quanto em Curitiba, existem políticas ambientais, incluindo Porto Alegre, que teve um resultado ruim na avaliação. Belo Horizonte, por exemplo, tem um bom desempenho para os seus edifícios ecológicos, qualidade da água e do ar, enquanto o Rio de Janeiro se destaca pela sua energia limpa e políticas sustentáveis. A Cidade Maravilhosa teve um desempenho mediano na maioria das categorias. Saneamento, qualidade do ar e transporte, por exemplo, tiveram pontuação acima da média, mas em relação à água, ficou abaixo.

Ainda de acordo com o relatório, na América Latina, acima da média geral também estão Bogotá e as capitais brasileiras Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Na média, estão Porto Alegre (RS); Medelim (Colômbia); Monterrei, Puebla e Cidade do México (México); Quito (Equador); e Santiago (Chile). Abaixo da média, ficaram Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai). Nas piores colocações gerais de sustentabilidade ficaram Guadalajara, no México, e a capital peruana Lima.

As cidades foram escolhidas conforme o seu tamanho e importância social e econômica. Nos outros nichos, os destaques sustentáveis são para: Vancouver (Canadá), Copenhaguen (Dinamarca), São Francisco (Estados Unidos) e Cidade do Cabo (África do Sul).