terça-feira, 21 de agosto de 2012

Proporção entre carro e habitante em Curitiba é a quarta maior do país

19/08/2012 - G1 Paraná

O trânsito já se tornou reclamação constante na boca do curitibano e um dos motivos pode ser a quantidade de carros nas ruas da cidade. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital do Paraná tem a quarta maior proporção entre pessoas e automotores. Existe um veículo para cada 1,3 habitante. Isso significa que são 1.746.896 curitibanos para 1.315.305 veículos. Diante de tantos carros, o tráfego intenso acaba sendo inevitável.

Na avaliação do professor de Urbanismo do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Paulo Rolando de Lima, os congestionamentos e a demora no deslocamento diário vão continuar crescendo. “Este é o preço que se vai pagar por ter optado pelo transporte individual. Todos reclamam, mas querem ir à padaria de carro”. Aliado a isso, destacou o docente, tem-se a melhoria da renda da população e o crescimento da chamada Classe C, que consome cada vez mais e a partir de agora pode concretizar o sonho do carro próprio.

Parte deste problema, que também pertence a realidade da outras grandes cidades, pode ser solucionada com investimentos no transporte público a ponto de torná-lo confortável para aqueles usuários que não têm outra opção e atrativo para aqueles que possuem carro. A ideia é que o carro não faça parte do dia a dia. "O cidadão precisa entender que ele faz parte do funcionamento do trânsito", afirmou Paulo de Lima.

Foto: Luis Antônio de Andrade Silva
De acordo com o professor Paulo Rolando de Lima, a estrutura do transporte coletivo de Curitiba já funcionou bem, mas hoje, com o crescimento da cidade, o deslocamento para algumas regiões é difícil. “Só para o Centro está resolvido, mas precisa ampliar e melhorar as linhas que ligam os bairros”, afirmou. “É necessário dar eficiência e velocidade no percurso”, acrescentou.

Conforme análise do professor, poderia se criar canaletas exclusivas para o ônibus Interbairros e para o Ligeirinho, por exemplo. “Tem que ser mais eficiente, confortável, seguro e barato. Se você tiver que sair de casa com duas pessoas é mais barato ir de carro do que de ônibus”, declarou o professor. Atualmente a tarifa do transporte coletivo é de R$ 2,60.

A questão dos táxis que rodam pela cidade também deve ser avaliada para que haja melhoras no trânsito. Contudo, na opinião do professor, deve-se pensar em medidas direcionadas para os táxis como a utilização de faixas exclusivas. O professor considera, inclusive, alguns incentivos do governo para que o serviço fique mais barato. “Isso tiraria muito carros de circulação das ruas para deslocamentos diários, como levar os filhos na escola e ir ao trabalho”, comentou.

Atualmente, a proporção de táxis em Curitiba é de um carro para cada 775 habitantes. São, ao todo, 2.252 veículos autorizados a prestar o serviço. No Rio de Janeiro, onde a 32 mil veículos disponíveis, a proporção fica em um taxi para cada 197 habitantes. Em Porto Alegre, que é menor que Curitiba, a proporção é de um carro para cada 359 moradores. Os dados são das prefeituras e do IBGE. A Câmara Municipal de Vereadores aprovou o projeto de lei que permite o número de taxis nas ruas aumente entre 200 e 1.200. O projeto foi encaminhado para sanção do prefeito Luciano Ducci (PSB).

O metrô que para muitos pode amenizar o trânsito e o problema do transporte público não é visto da mesma maneira pelo professor da UTFPR. “Como o metrô veio para substituir a linha dos Expressos (ônibus que circulam em vias exclusivas, chamadas de canaletas), ele vai resolver pouco. Mas, como é um fato consumado, é necessário fazer algumas coisas para aperfeiçoar o deslocamento como criar um sistema de alimentação, que leva as pessoas para as estações de metrô com o mesmo grau de eficiência que o metrô”, explicou.

O ideal é que se tenha também bicicletários e estacionamentos, para que as pessoas possam se for o caso, fazer parte do trajeto de carro. Estes aspectos estão previstos no projeto elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbanos de Curitiba (Ippuc) e aprovado pelo Ministério das Cidades.

A primeira fase, chamada de Linha Azul, vai ligar a região Sul à Norte. De acordo com a prefeitura, este eixo opera atualmente com 400 mil usuários por dia. Serão 13 estações, da Cidade Industrial de Curitiba (CIC-Sul) à Rua das Flores, no Centro da cidade. As estações estarão cerca de um quilômetro de distância uma da outra e o metrô deve levar seis minutos para percorrer o trecho de aproximadamente 14 quilômetros.

Segundo Paulo de Lima, Curitiba pode atuar para melhorar o que se tem hoje e também para evitar que os problemas no trânsito ganhem proporções ainda maiores. E chama atenção para uma outra discussão. "Todas as escolas mesmo horário, todos os shoppings, talves as melhores soluções não estejam no trânsito e sim no funcionamento das cidades".

Para Ippuc, apesar da quantidade de carros, trânsito em Curitiba flui bem

Na avaliação do presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbanos de Curitiba (Ippuc), Cléver Almeida, o trânsito na cidade está em boas condições. "O nosso trânsito tem algumas retenções, mas é um trânsito que flui".

Segundo ele, ainda que haja muitos carros na cidade, 45% da população utiliza os ônibus coletivos. Almeida destaca que o poder público prioriza o transporte público e, por isso, é utilizado não só por quem necessita mas também quem tem a opção do transporte individual.

A Linha Verde (antiga BR-476), alvo de muitas reclamações, de acordo com Almeida, é uma das obras voltadas para o transporte público que criou um novo eixo de desenvolvimento integrado à cidade. O presidente acrescentou que com a Linha Verde aqueles que utilizam a linha Boqueirão tiveram o tempo de viagem reduzido e a frota disponível é moderna e confortável. Segundo ele, a prefeitura adquiriu 557 novos ônibus que são menos poluentes e também possuem capacidade para transporte mais passageiros.

Segundo o presidente do Ippuc, a Rede Integrada de Transporte (Rit) é ampla. “A gente tem uma rede de transporte com várias possibilidades de deslocamento e ele [o usuário] escolhe como fica mais fácil para ele do ponto de vista da origem e do destino”. De acordo com Almeida, em toda a cidade em, no máximo, 500 metros há uma linha do transporte coletivo. Ele ressaltou a linha Inter 2 que diante do crescimento da demanda recebeu novos veículos com maior capacidade e teve as estações tubo ampliadas.

Cléver Almeida destacou ainda que o metrô estará ligado com toda a rede de transporte coletivo assim como hoje ocorre nos terminais e que a prefeitura também está investindo em obras para facilitar a mobilidade da população como construção de trincheiras, pavimentação e a implantação do Anel Viário com 25 quilômetros de extensão. Esta obra visa, como declarou Almeida, retirar parte do trânsito do Centro da cidade e desta forma facilitar o deslocamento das pessoas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Curitiba licita projetos previstos para a Copa do Mundo da FIFA

09/01/2012 - Fifa.com


Em Curitiba, quatro projetos de mobilidade urbana previstos para a Copa do Mundo da FIFA 2014 estão em fase de licitação. São obras de melhoria na infraestrutura e no monitoramento de tráfego, incluindo integração com o Aeroporto Internacional Afonso Pena. Os editais foram publicados em dezembro.

Dois dos projetos fazem parte do Corredor Aeroporto-Rodoferroviária. Um deles é a construção do Viaduto Estaiado na Avenida das Torres, com impacto direto em seis bairros da cidade. O outro é uma trincheira sob a mesma avenida, contribuindo para a ligação entre outros três bairros.

O terceiro projeto licitado é o de revitalização do terminal de ônibus Santa Cândida, na Zona Norte da cidade, de onde é feita a integração com a região metropolitana, incluindo itinerários que compreendem a área da Arena da Baixada. O novo terminal terá ainda uma passagem subterrânea para pedestres, e as calçadas de acesso serão reconstruídas.

Por fim, o projeto do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) dará suporte à coordenação de tráfego e à orientação de motoristas, através de monitoramento em tempo real de pontos e vias importantes de circulação. A gestão do sistema será feita a partir de um Centro Operacional, com instalação de softwares específicos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Novas trincheiras entram na última etapa de obras

03/01/2012 - Agência Curitiba

As obras nas trincheiras do binário Chile/Guabirotuba e da ligação Bacacheri/Bairro Alto entraram na última etapa de execução. O trabalho de escavação nas duas obras foi concluído em dezembro. Agora as equipes contratadas pela Prefeitura colocam as camadas do pavimento por onde circularão os carros.

As duas obras vão beneficiar cerca de 200 mil pessoas e melhorar a mobilidade entre os bairros Água Verde, Jardim Botânico, Prado Velho, Rebouças, Bairro Alto e Bacacheri. Os investimentos chegam a R$ 18,6 milhões.

A trincheira do binário Chile/Guabirotuba fica sob a Avenida das Torres e vai facilitar o acesso de quem circula pela região próxima ao eixo Aeroporto/Rodoviária. A trincheira faz parte do binário Chile/Guabirotuba, que envolve também as ruas Alberto Twardowski e Pergentina Silva Soares.

A Prefeitura está investindo R$ 9,1 milhões na obra, que beneficiará diretamente a 90 mil pessoas. São 2.852 metros, onde estão sendo feitas obras de drenagem, pavimentação, passeio, paisagismo, iluminação e sinalização, além da trincheira sob a Avenida das Torres. A trincheira vai permitir a ligação da rua Pergentina Silva Soares.

Na próxima semana vão ser iniciadas as obras de revitalização de todo o pavimento da rua Guabirotuba, entre as ruas Conselheiro Laurindo e Imaculada Conceição. Será retirado todo o asfalto existente para ser feito um reforço na base. Após essa etapa será colocada uma nova camada asfáltica.

Bacacheri/Bairro Alto

Outra importante obra realizada pela Prefeitura também se encontra em fase final de execução. É a trincheira Bacacheri/Bairro Alto, na Linha Verde Norte. Estão sendo realizados os trabalhos nas camadas que receberão o pavimento embaixo da trincheira.
 
O investimento na obra é de R$ 9,5 milhões com recursos próprios da Prefeitura, como contrapartida ao financiamento do programa Pró-Cidades, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).  A obra vai beneficiar 110 mil pessoas.

A trincheira Bacacheri/Bairro Alto terá comprimento de 127 metros e altura de 4,80 metros. O projeto também inclui a pavimentação das ruas José Zgoda, Gustavo Rattmann e rua dos Xaverianos, além das alças de acesso à trincheira e das vias marginas e locais nos dois sentidos da futura Linha Verde Norte, num total de 2,3 quilômetros de asfalto. Também estão previstos no pacote de obras a sinalização horizontal e vertical, paisagismo e criação de áreas de passeio (calçadas).