quinta-feira, 13 de maio de 2010

População pode consultar mapas que contam a história de Curitiba

Publicado em 12/05/2010 às 10:33 - Prefeitura


O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está entregando ao Arquivo Público Municipal mapas de valor histórico que, a partir de agora, ficarão protegidos do desgaste natural e, ao mesmo tempo, poderão ser conhecidos por toda a população.

O Ippuc já entregou duas remessas de mapas ao Arquivo Municipal, onde funcionários cuidadosos repetem a rotina de extremo cuidado com os documentos que ingressam no imenso acervo que hoje reúne, só em papel, mais de 450 milhões de documentos.
À medida que o material histórico é entregue, o Ippuc também publica em seu site (www.ippuc.org.br) os arquivos digitalizados, condição para a qual o Instituto contou com a colaboração da Secretaria Municipal do Urbanismo. Para conhecer pelo site o que já foi entregue ao Arquivo Público, é preciso entrar no Curitiba em Dados, clicar em Curitiba e escolher a opção Aspectos Históricos.
Em seguida, o interessado deve clicar em Mapas Temáticos. As coletâneas dos anos de 62, 71, 82, 88, 93, 98 e 99 são as mesmas que estão guardadas agora no Arquivo Público.
Com luvas apropriadas, óculos de proteção, touca e jaleco, servidores capacitados e muito concentrados, que tratam os documentos do Ippuc, buscam, com olhos atentos e o uso de lupas, os sinais que podem comprometer a conservação dos mapas, como fungos, traça, ferrugem, restos de alimentos.
Tanto zelo com o material que estava guardado no Ippuc por muitos anos se justifica porque eles farão parte do acervo permanente do Arquivo Público - mesmo que estejam microfilmados, os mapas jamais serão destruídos. Nem todo documento tem esta característica. Alguns dos que ingressam no acervo podem ser guardados por um período limitado. A tabela de temporalidade varia conforme o documento e atende às regras do Programa de Gestão Documental da Prefeitura e o Conselho Nacional de Arquivos.
Arruamento - Entre os materiais entregues pelo Ippuc estão mapas de arruamento de 1971 e mapas de recursos naturais - bosques, hidrografia, áreas sujeitas a inundações ? de 1984. Além de mapas originais, foram entregues plantas geológicas da cidade, de 1956, mapas da região de Curitiba de 1950, documentos anteriores à criação do Instituto, em 1965, mas que estavam sob a responsabilidade do órgão.
O Ippuc ainda terá bastante material a ser entregue. Em 2010, pelo menos mais três remessas de documentos serão encaminhadas. Esta é a primeira experiência do Ippuc dentro do Programa de Gestão Documental da Prefeitura, que está levando todas as secretarias a identificar documentos de relevância histórica e que precisem ser guardados.
"Os mapas retratam uma época, representam a história de Curitiba, a base de arruamento e também a técnica de reprodução usada em cada momento. Estamos preservando documentos originais. Estes materiais representam o Ippuc. Nosso objetivo é garantir a preservação dos documentos e favorecer a acessibilidade a eles", explica a geógrafa do Instituto Maria da Conceição Lass.
O material que chama a atenção de planejadores urbanos, historiadores, professores e estudantes de todas as idades pode ser visto por qualquer cidadão interessado. "Estes mapas, que precisam ser bem cuidados e guardados, estavam fechados no armário e agora estão sendo abertos para quem quiser ver, sem prejuízo do material", diz Conceição.
O que é feito - Todos os documentos, negativos, fitas de vídeo, microfilme, entre outros materiais levados pelas diversas secretarias e órgãos da Prefeitura ao Arquivo Público passam por várias etapas antes de ingressar no acervo, seja ele o permanente ou o intermediário. A primeira etapa acontece na própria secretaria, onde, no caso dos documentos, são retirados grampos, clipes e tudo o que não tenha relação com o original.
Ao passar pela triagem, o material recebe o cuidado da equipe habilidosa do Arquivo Público desde o recebimento do material e se estende durante todo o processo. "Tudo o que faz mal à pele, pode fazer mal ao documento. Se agride o documento, não conseguimos preservá-lo e este é o nosso papel", resume a chefe da Divisão de Preservação, Maria Isabel Borba Sóppa. Ela explica ainda que o espaço deve ter a temperatura correta, precisa ser limpo por pessoas preparadas e passa por dedetizações regularmente.
Quando necessário, o material é reparado com a utilização de técnicas adequadas e atuais para recuperação do documento, com a utilização de instrumentos odontológicos como bisturis para a raspagem de resíduos, espátulas, agulhas e outros materiais para a obturação dos pequenos buracos, como por exemplo, os que ficam depois que um grampo de grampeador é retirado.
Em alguns casos, é preciso fazer enxertos que devem ser muito semelhantes na textura e na cor ao material original. Para estabilizar o processo de desgaste dos documentos, que precisam durar por muitos anos, são usados materiais especiais e que, no futuro, quando surgirem novas técnicas de recuperação de documentos, poderão ser novamente recuperados para que o acervo dure ainda mais.
O material também pode ser higienizado, conforme a necessidade, e só depois de passar pela verificação minuciosa, pode ser guardado. Mapas como os do IPPUC são armazenados em mapotecas, arquivos de metal com gavetas apropriadas para a guarda. As mapotecas e os demais arquivos ficam em salas com temperaturas adequadas.
O Arquivo Público ganhou sede nova em 2006, no Capão Raso. Quando o acervo estiver integralmente digitalizado, todos os documentos poderão ser acessados pela internet.
Cidadãos interessados em obter cópia de documento histórico devem fazer a solicitação no protocolo da Secretaria Municipal de Administração, com Jucelma (Rua Solimões, 160 ? Alto São Francisco).

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